quarta-feira, 24 de abril de 2013

Tarauacá, cem anos: hoje é dia de festa!

  Cem anos. É a idade que Tarauacá completa hoje, 24 de abril de 2013.

Muito bem comemorados em uma programação variada. Eventos musicais, culturais, militares, religiosos e esportivos pontuaram a agenda nos últimos seis dias. O governo do Estado foi parceiro da Prefeitura de Tarauacá na realização da festividade.

E hoje tem mais. Durante o dia, competições esportivas e, à noite, dois shows: com o cantor Zezo e Banda, do Rio Grande do Norte, e com a cantora Sandra Melo e Banda, de Rio Branco.

Um pouco da história do município


No final do Século 19 ocorreu a migração de nordestinos – os chamados “arigós”, sobretudo cearenses, para a formação e exploração de seringais nativos na região amazônica. Em 1899, chegou ao Acre um grupo de emigrantes na confluência dos rios Muru com o Tarauacá, fundando o Seringal Foz do Muru.


Tarauacá surgiu na confluência dos rios Muru e Tarauacá. Fundado em 1º de outubro de 1907 por Antônio Antunes de Alencar, o povoado foi transformado em vila e batizado de "Seabra", em homenagem a José Joaquim Seabra, ministro da Justiça e Interior no governo de Rodrigues Alves.

Tarauacá obteve sua autonomia por meio do decreto federal 9.831, de 23 de outubro de 1912, tornando-se, então, município, que foi instalado apenas em 24 de abril de 1913, data em que se comemora o aniversário da cidade.


Essa época marca também a decadência do Ciclo da Borracha, com a ascensão da produção dos seringais plantados na Malásia. O fato representou um grande impacto na economia do Estado.


O decreto federal 14.383, elevou, em 1920, Seabra à categoria de cidade, com a denominação Tarauacá, que significa “rio dos paus ou das tronqueiras”.


O Novenário de São Francisco, uma das tradições tarauacaenses


O paraense Raimundo Eustáquio de Moura morava num seringal próximo à Vila Seabra (atual Tarauacá) com a família. Viajava nos rios da região, a serviço. Numa dessas viagens, houve um naufrágio e Raimundo prometeu a São Francisco de Assis que, se conseguisse sobreviver, ergueria uma igreja e fundaria uma missão em sua devoção.

Foi atendido e, mudando-se para a vila, iniciou o serviço religioso do Novenário em 1924, com um pequeno quadro do santo. Em 1929, mandou trazer uma imagem de São Francisco.

Com a ajuda dos romeiros, construiu uma capela, onde eram realizados os novenários anualmente, de 24 de setembro a 4 de outubro, dia de São Francisco. O evento era iniciado com um grande toque de alvorada e salva de fogos. Os romeiros vinham de muito longe pagar suas promessas e agradecer as graças recebidas.

Em 1940, com licença concedida pelo bispo D. Henrique Ritter, foi fundada uma irmandade e colocada a pedra fundamental para a construção de uma nova igreja, em clima de solenidade.

Contra a vontade do fundador da missão, o vigário da época preferiu transferir as novenas para a Paróquia São José, e a nova igreja não foi construída. Raimundo, desgostoso, não mais tomou parte nos novenários, apenas assistia às novenas. Faleceu em 1959.

Entretanto, a tradição que iniciou se fortaleceu, com muitos peregrinos da região, do Acre e de outros estados. Estima-se que, em 2012, o Novenário de São Francisco reuniu, em Tarauacá, mais de 20 mil pessoas.

(Fonte: Celestina Mourão, filha de Raimundo Eustáquio de Moura) Fundado em 1924, o Novenário de São Francisco, em Tarauacá, conseguiu atrair mais de 20 mil pessoas em 2012.


Tarauacá está 400 km a noroeste de Rio Branco e possui a quarta maior população do estado, 35.590 habitantes, sendo 51,62% por cento urbana e 48,38% por cento rural (IBGE 2010). Ocupa o terceiro lugar entre os municípios do estado em extensão territorial.

Limita-se ao norte com o estado do Amazonas; ao sul, com o município de Jordão; a leste, com o município de Feijó; a oeste, com os municípios de Cruzeiro do Sul e Porto Walter e, a sudoeste, com o município de Marechal Taumaturgo.


A cidade de é banhada pelo rio do mesmo nome, que, no verão, é margeado por quilômetros de praias de areias brancas, cujo banho é opção de turismo e lazer.

Terras Indígenas

Tarauacá é o segundo município do Acre em concentração de terras indígenas, são oito áreas que equivalem a 9,8% da área do município. Os povos vivem em 30 aldeias, com aproximadamente 1.639 pessoas. As etnias predominantes são jaminawas e kaxinawás, ambas da família linguística pano. Há grande concentração de povos indígenas na região de Tarauacá.

 Projetos de Assentamento (PAs)

Tarauacá possui quatro projetos de assentamento (PAs). Destaca-se como o mais populoso o PA Tarauacá, com 266 famílias. Há, também, o Novo Destino, com aproximadamente 217 famílias. O Taquari é o maior assentamento, em área com 56.950 hectares, onde vivem aproximadamente 111 famílias. No PA Amena vivem cerca de 20 famílias.

Unidades de Conservação

A Floresta Estadual do Rio Liberdade foi estabelecida em 2004, a partir do programa de desenvolvimento do estado. Ela ocupa uma área de 120 mil hectares e assegura aos moradores o direito de permanecerem no local, além de regularizar a situação fundiária e proteger a floresta do desmatamento.

A Floresta Estadual do Mogno, de 140 mil hectares e criada no mesmo ano, deve receber atividades de manejo de mogno, além de manter a população em seus locais de moradia e proteger a área contra atividades predatórias ou ilegais nesta região de influência da BR 364. Já a Floresta Estadual do Rio Gregório foi criada no ano 2004, com 213 mil hectares, visando proteger a área e os seus moradores. Fonte: Agencias de notcias
 Rua Dona Constância de Menezes, no início do século passado (Foto: arquivo)

 Imagens da sessão solene dos 100 homenageados do centenario





























Outras atividades do centenário
















OBRAS SOBRE TARAUACÁ E OUTRAS REGIÕES DO ACRE

Sugeridas por João Maia, estudioso de história em Tarauacá

- Cláudio de Araújo Lima: “Coronel de barranco”

- José Potyguara: “Sapopema”(contos), “Vidas marcadas” (sobre Tarauacá), Terra caída (sobre Cruzeiro do Sul)

- José Higino de Sousa Filho: “A luta contra os astros”

- Leandro Tocantins: “Formação histórica do Acre” e “Olhos inocentes”

- Ferreira de Castro: “A selva” (sobre os horrores da vida na mata)

- Alfredo Lustosa Cabral: “Dez anos de Amazônia”

- Márcio Souza: “Galvez, imperador do Acre”

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