sábado, 20 de agosto de 2011

Glauber Rocha: revolucionar a arte e a vida


O legado do genial criador de Terra em Transe e Deus e o Diabo na Terra do Sol foi o rompimento com a estética americanizada e o olhar agudo sobre as contradições nacionais

Por José Carlos Ruy



Faz 30 anos que o Brasil e o cinema perderam o baiano Glauber Rocha (Vitória da Conquista, 14 de março de 1939 – Rio de Janeiro, 22 de agosto de 1981), expoente e teórico do Cinema Novo, autor de filmes antolólgicos que revolucionaram a arte cinematográfica e marcaram a cultura brasileira desde a década de 1960.

Glauber começou a filmar no final da década de 1950, tendo realizado o filme Pátio (1959) ainda no tempo de estudante. No clima político e intelectual efervescente do início dos anos 60, produziu os titulos que fizeram sua fama e legado, como Barravento (1962) e Deus e o Diabo na Terra do Sol (1963), seguidos pelos clássicos Terra em Transe (1967), que foi o manifesto de uma geração, diz a crítica Ivana Bentes, e O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro(1968).

Glauber foi o porta-bandeiras de uma arte engajada e de uma estetética que, rompendo com a linguagem cinematográfica que copiava os modelos norte-americanos, fosse capaz de exprimir as contradições, complexidades e visões de mundo dos países pobres.

Depois de 1964, foi colocado, claro, na lista dos inimigos da ditadura militar (embora, no final dos anos 70, tenha reavaliado favoravelmente sua opinião sobre os militares). Com o endurecimento da ditadura a partir de 1968, as condições de trabalho ficaram cada vez piores.

Glauber, que havia sido preso em 1965, ficou novamente na mira da repressão. A prisão no final de 1970 da equipe de O Pasquim, do qual era colaborador, foi o estopim e, em 1971, partiu para um exílio quase permanente pelo resto de sua vida. Leia mais

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