segunda-feira, 21 de março de 2011

Entrou água: Kassab e Petecão vão abandonar o barco


Saída de Kassab


O deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), líder do DEM na Câmara Federal, propõe uma intervenção do comando nacional de seu partido no diretório de São Paulo. Tudo para varrer a influência deixada na legenda pelo prefeito paulistano, Gilberto Kassab — que saiu da legenda para criar o PSD (Partido Social Democrático). ACM Neto também anuncia que os “demos” passarão a fazer oposição a Kassab e denunciar os desmandos de sua gestão.


Pode até ser que o neto do finado cacique baiano Antonio Carlos Magalhães consiga tudo isso que diz pretender — mas é tarde demais. O DEM, seja na base aliada ou na oposição ao prefeito, é um partido estraçalhado e praticamente morto no maior colégio eleitoral do Brasil. De mais a mais, suas preocupações tampouco se resumem a São Paulo.

A esta altura, a conclusão mais elementar dos fatos é que a nova cúpula nacional dos “demos”, eleita na terça-feira (14) e presidida pelo senador José Agripino Maia (RN), subestimou Kassab. Várias lideranças do partido procuraram palanques e microfones, nos últimos dias, a alardear que as adesões à iniciativa do PSD perdiam força gradualmente.

Foi um erro de avaliação inacreditável para um partido repleto de caciques e raposas, todos com várias décadas de atuação política. O ato de anúncio do PSD, nesta segunda-feira (21), na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), fez Agripino e cia. voltarem à realidade. Se quiser sobreviver, o DEM precisará ir além das bravatas.

Só em São Paulo, é possível que o novo partido arregimente de oito a 12 deputados federais, até mesmo de outros partidos, como os já “peessedistas” Rita Passos (PV) e Marcelo Aguiar (PSC). Na Bahia, o vice-governador, Otto Alencar (PP), cinco deputados federais, nove estaduais e 70 prefeitos já aderiram ao PSD — que se tornou a segunda maior força local, esvaziando sobretudo o DEM e o PMDB.

Kassab ainda dá como certa a migração dos senadores Sérgio Petecão (PMN-AC) e Kátia Abreu (DEM-TO), dos deputados federais Antonia Lucia (PSC-AC), Fábio Ramalho (PV-MG), Irajá Abreu (DEM-TO), Silas Câmara (PSC-AM) e mais quatro parlamentares de Goiás. Também estão na mira os governadores Omar Aziz (PMN-AM) e Raimundo Colombo (DEM-SC), além do prefeito de Manaus, Amazonino Mendes (PTB-AM) e do ex-deputado federal Índio da Costa (DEM-RJ) — que concorreu a vice-presidente em 2010 na chapa do tucano José Serra (SP).Fonte: P Vermelho

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